sinergias...
sábado, 12 de setembro de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
...
Um murro seco
no estomago provocou este vómito permanente de vazio e ódio, demasiado cedo no
tempo…
Remeto-me ao casulo inacabado e banho-me de lama,
para esconder da alma e dos olhares o sofrimento.
São tantas as lágrimas contidas, os sorrisos de
mentira, as palavras disfarçadas, que já não sei se sinto, ou se minto (?).
As pessoas vêm e vão, no redopiar da vida lá fora,
(ritmo alucinante ou alucinado?). Já
não sei quem são, ou quantas são, nem sei se me ofertaram, se me abandonaram
ainda mais às minhas dores.
Já nem sei se me importa perceber, se me importa
caminhar no empedrado de saltos altos, como um acrobata no circo das dores de
um parto induzido. Já nem sei se me importa ser, ou não ser alguém. Já nem sei
se tenho tempo, capacidade, força, resistência…
Se é assim tão importante ou não.
No meu casulo inacabado sinto-me bem, aconchegada,
protegida do mundo, das dores desse parto inacabado, indesejado…
Talvez que eu pudesse ter sido um corpo
transparente e sem sentido…
Ninguém compreende a minha raiva, (ou revolta),
porque não consegui esquecer!
Ah! Alguns, (os que não têm coragem), acusam-me das
acusações sentidas na pele, (de um corpo tão pequeno), que negam veemente ser
loucura…
Esses, não tem coragem, nem alma!
E eu, vou vivendo os dias… Por vezes é tão
impossível esquecer as mágoas, as interrogações…
Nalguns dias, nalgumas horas, assim tão de repente
como uma onda que rebenta na areia da praia, volto ao meu casulo inacabado…
porque não quero ser ninguém, quero esquecer que existo, que existe um outro
mundo lá fora…
Queria sentir,
apenas, o regresso ao ventre de uma qualquer mãe, sem a preocupação de que
chegará uma hora em que é obrigatório experimentar a vida…
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